quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Não comandamos a nossa vida, só pode.

A vida é complexa. É dinâmica, entusiasmante, intensa, complicada.
Por vezes, somos comandados por emoções espontâneas. Outras vezes, somos comandados pelo passado, pela experiência.
Vale a pena sentar e reflectir o ponto de situação da nossa vida, se seria da mesma forma caso algumas coisas mudassem.
Se nos dessemos com alguém que é o oposto da nossa personalidade, defende o contrário dos nossos princípios, alguma vez imaginariamo-nos a apaixonar por esse alguém? A resposta a esta pergunta, se alguma vez me perguntassem, seria um não com toda a certeza do mundo. Isto porque já conhecia os hábitos, a rotina, a personalidade ao qual daria em choque com a minha, não era algo que me entusiasmasse ou fascinasse, provavelmente poderia ser um dos meus melhores amigos, mas não passaria disso.
Mas se dermos uma pequena modificação à história talvez a resposta já não seria um não óbvio.
Saímos à noite, um rapaz quer-nos conhecer e rouba toda a nossa atenção por ser tão inoportuno, mas gentil ao mesmo tempo. Falamos, ao outro dia ele faz de tudo para que jantemos com ele, ele diverte-te, enrola-te num cenário de paixão que incluí estrelas, comida e uma boa conversa de pequenos desabafos. Acordas e tens uma mensagem de bom dia. Sentes-te confusa mas ao mesmo tempo fascinada com tudo o que está a acontecer. Ele liga-te a meio da noite, manda mensagens do nada, dá-te beijinhos e consegue estar contigo a noite toda a falar. Quando já estás tão envolvida, aparecem os defeitos, os vícios horrorosos que tanto lutas contra, as drogas que por um momento até achas que estão legalizadas de tão comum que é. Ele não vê mal nenhum em tu saberes de tudo, porque ele sempre foi genuíno e quer que saibas de tudo dele. Chega ao momento em que desejas ir-te embora, ficas em silêncio, retens imagens e vês que está tudo ao contrário. Não era nada daquilo que querias, mas já estás completamente apaixonada.
Como se deixa alguém, entregue ao que criou, quando se já está completamente envolvido numa paixão? Como se deixa alguém que é o oposto de nós, mas que nos completa? Como se pode deixar alguém quando este precisa claramente da nossa ajuda, mesmo sem saber, mas não nos queremos meter nos seus problemas porque já temos problemas suficientes?
A porcaria do tempo e da situação em que conhecemos essa pessoa modificou o nosso caminho. Não é isto que é chamado destino? Fuck.

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