quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Sem conseguir explicar, acho que é isto.

Skinny Love - Birdy

I told you to be patient
I told you to be fine
I told you to be balanced
I told you to be kind
In the morning i'll be with you
But it will be a different "kind"
I'll be holding all the tickets
And you'll be owning all the fines
 
Who will love you?
Who will fight?
Who will fall far behind?

terça-feira, 16 de outubro de 2012

"A Lealdade é um Amor que Esquece o Mundo."

"Só se é realmente leal quando se está sujeito a alguém ou a algo. Aí, onde mesmo um sonho pode ser senhor. Na sujeição de quem serve uma causa, na sujeição de quem se submete a um chefe, na sujeição à pessoa amada, na sujeição do sentimento e na sujeição do dever, no sacrifício da liberdade, da razão e do interesse. No desperdício e no desprezo do que está à vista e do que está à mão, é nesta desagradável situação que se acha ou não acha a lealdade. É por ser selvagem e servil, mas só a um senhor, que a lealdade tem valor. É muito difícil ser-se leal, mas só porque é muito difícil seguirmos o coração. A lealdade é um amor que esquece o mundo.


Ao escolher um amigo, e ao ser-se amigo dele, rejeitam-se as outras pessoas. Quando estamos apaixonados, é através dessa pessoa que amamos a humanidade. O amor ocupa-nos muito. E para os outros, não fica quase nada.
Não se consegue ser leal ao ponto de calar o coração. Mas sofremos com as nossas deslealdades. Sabemos perfeitamente o que estamos a fazer, quem sacrificámos, e porquê. É por causa da consciência da nossa imperfeição que o ideal da verdadeira lealdade não pode ser abandonado ou alterado. O facto de ser incumprível não obriga a que se arranje uma versão softcore, mais cómoda e realista. É preciso aguentar. A lealdade é uma coisa tão cega e simples de determinar quanto é difícil de determinar quanto é difícil de seguir."

Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Não comandamos a nossa vida, só pode.

A vida é complexa. É dinâmica, entusiasmante, intensa, complicada.
Por vezes, somos comandados por emoções espontâneas. Outras vezes, somos comandados pelo passado, pela experiência.
Vale a pena sentar e reflectir o ponto de situação da nossa vida, se seria da mesma forma caso algumas coisas mudassem.
Se nos dessemos com alguém que é o oposto da nossa personalidade, defende o contrário dos nossos princípios, alguma vez imaginariamo-nos a apaixonar por esse alguém? A resposta a esta pergunta, se alguma vez me perguntassem, seria um não com toda a certeza do mundo. Isto porque já conhecia os hábitos, a rotina, a personalidade ao qual daria em choque com a minha, não era algo que me entusiasmasse ou fascinasse, provavelmente poderia ser um dos meus melhores amigos, mas não passaria disso.
Mas se dermos uma pequena modificação à história talvez a resposta já não seria um não óbvio.
Saímos à noite, um rapaz quer-nos conhecer e rouba toda a nossa atenção por ser tão inoportuno, mas gentil ao mesmo tempo. Falamos, ao outro dia ele faz de tudo para que jantemos com ele, ele diverte-te, enrola-te num cenário de paixão que incluí estrelas, comida e uma boa conversa de pequenos desabafos. Acordas e tens uma mensagem de bom dia. Sentes-te confusa mas ao mesmo tempo fascinada com tudo o que está a acontecer. Ele liga-te a meio da noite, manda mensagens do nada, dá-te beijinhos e consegue estar contigo a noite toda a falar. Quando já estás tão envolvida, aparecem os defeitos, os vícios horrorosos que tanto lutas contra, as drogas que por um momento até achas que estão legalizadas de tão comum que é. Ele não vê mal nenhum em tu saberes de tudo, porque ele sempre foi genuíno e quer que saibas de tudo dele. Chega ao momento em que desejas ir-te embora, ficas em silêncio, retens imagens e vês que está tudo ao contrário. Não era nada daquilo que querias, mas já estás completamente apaixonada.
Como se deixa alguém, entregue ao que criou, quando se já está completamente envolvido numa paixão? Como se deixa alguém que é o oposto de nós, mas que nos completa? Como se pode deixar alguém quando este precisa claramente da nossa ajuda, mesmo sem saber, mas não nos queremos meter nos seus problemas porque já temos problemas suficientes?
A porcaria do tempo e da situação em que conhecemos essa pessoa modificou o nosso caminho. Não é isto que é chamado destino? Fuck.