sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A minha Margarida Rebelo Pinto

"A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura a maior paixão ou nos diz que nunca se sentiu assim. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar connosco. Tão simples quanto isto.
Às vezes demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma o homem vulgar no nosso principe é ele querer ser o Homem da Nossa Vida. E há alguns que ainda querem.
Os verdadeiros principes encantados não tem pressa na conquista, porque como já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo. Ouvem-nos com atenção e carinho porque querem habituar-se à música da nossa voz, entram-nos no coração bem devagar, respeitando o silêncio das cicatrizes que só o tempo pode apagar.
Podem parecer menos empenhados ou sinceros que os antecessores, mas aquilo que chamamos hesitação ou timidez talvez seja apenas uma forma de precaução. Eles querem ter a certeza de que não se vão enganar.
O principe encantado não é o namorado mais romântico do mundo que nos cobre de beijos, é o homem que nos puxa lençol para os ombros a meio da noite para não nos constiparmos.
Não é o que nos compra discos românticos e nos trauteia canções de amor no Voice Mail, é o que nos ouve falar de tudo, mesmo das coisas menos agradáveis. Não é o que diz "amo-te", mas o que sente que nos pode amar para sempre.
Não é o que passa metade das férias connosco e a outra metade com os amigos, é o que passa de vez em quando férias com os amigos. O principe que sabe o que quer não é o melhor namorado do mundo, é o melhor marido do mundo, porque não é o que olha todos os dias para nós, mas o que olha por nós todos os dias. Que quando está cansado fica em silêncio mas nunca deixa de nos devolver um sorriso.
O principe é um principe porque governa um reino, porque sabe partilhar, porque ajuda, apoia e nos faz sentir que somos mesmo muito importantes.
Ora, com tantos sapos no mercado, bem vestidos, cheios de conversa e tiradas poéticas, como é que não nos enganamos?
É fácil.
Primeiro, é preciso aceitar que, às vezes nos enganamos mesmo. E depois, é preciso acreditar que, um dia, podemos ter sorte. E como o melhor de estar vivo é saber que tudo muda, um dia muda tudo e ele aparece. Depois é só deixá-lo ficar um dia após o outro... Se for mesmo ele, fica."

Margarida Rebelo Pinto

Sem comentários:

Enviar um comentário